Como era Domingo e Laura não
tinha planeado nada, decidiu ir com Mila até à praia, sabia que a sua cadela
adorava água. Arranjou um cesto com fruta, água e queijo. No caminho compraria
pão. Mila percebeu que iriam passear e ficou sentada junto do carro à espera
que a dona a mandasse entrar.
Já estava na praia sentada numa
manta que tinha sempre no carro, quando Rui Pedro lhe telefonou a perguntar por
onde andava. Laura disse que tinha ido até à linda Vila de Mira, levou Mila a
brincar na água e que depois aproveitaria para almoçar ali no Parque de
Merendas. Ele disse que iria já ter com ela, para não sair de onde estava.
Laura foi apanhada de surpresa, não esperava por ele naquele dia, naquele
momento. Alguma coisa grave teria acontecido. Iria aguardar e esperar que ele depois lhe contasse.
Laura sabia que Rui Pedro era
alto, que tinha 1,85 de altura, cabelo ligeiramente ondulado e com um corte
descontraído, olhos castanhos e um sorriso lindo, fazia covinhas quando sorria.
Costumava vestir-se com roupa formal e nunca tinha visto nenhuma foto em que
estivesse num ambiente mais informal. Por isso, quando o viu a aproximar-se com
calças de ganga já desbotadas e um pólo azul-escuro, não estava preparado para
o efeito que ele tinha sobre ela. Estava a caminhar na sua direcção já com um
amplo sorriso no rosto.
- Laura!
- Rui Pedro!
- Não me dás sequer dois beijos? – brincou.
- Desculpa – e aproximou-se dele para o
cumprimentar com dois beijos.
Rui Pedro tinha vontade de a
abraçar, considerava-a sua irmã, a sua confidente, cúmplice nas longas noites
de solidão na Baviera, às vezes passavam horas na internet a partilhar coisas
da vida, coisas íntimas até. Viu que ela estava nervosa. Ela
sempre dissera que não era tão bonita como as fotos, mas ele achava-a ainda
mais bonita, era alta, teria cerca de 1,70 de altura, uns olhos verdes lindos,
o seu cabelo era castanho claro, muito longo, ligeiramente ondulado e tinhas
algumas madeixas rebeldes a caírem junto ao seu rosto. Os lábios eram rosados e
a pele estava ainda bastante bronzeada. Cheirava a mar e baunilha. Sentiu um
calor dentro de si, sentia-se bem.
Laura apresentou-lhe Mila que
andava atrás de umas gaivotas. Convidou-o a sentar-se na manta, que prontamente
logo aceitou.
- Laura olha para mim. Assusto-te assim tanto?
– tentou brincar com a situação para a descontrair.
- Não, não é isso. É uma sensação estranha. –
o coração dela batia desenfreadamente.
- Então onde vamos almoçar? Estou faminto – e
não era só de comida, ainda ontem tinha tido nos seus braços a enóloga e depois
da desilusão tinha decido ir ao encontro de Laura. Não estava preparado para
aqueles lindos olhos verdes a sorrirem para ele e nem para aqueles lábios
sedutores. Não, Laura era a sua amiga do coração, não podia permitir que a sua líbido
baralhasse tudo.
- Trouxe um cesto com alguma comida e estou
disposta a partilhar contigo – sorriu.
- Então vamos lá buscar esse cesto.
- Tinha pensado em comer ali no Parque de
Merendas – e apontou na direcção do Parque.
- Óptimo. Vamos?
Rui Pedro ficou impressionado com
a mesa que Laura preparou para ambos. Tinha várias frutas, um queijo com um
aspecto divinal, pão caseiro, água e ainda uns brownies de chocolate com um
aspecto delicioso. Não conseguia tirar os olhos dela, estava vestida com umas
jardineiras de ganga e uma t-shirt branca, com o seu cabelo com ondulações
rebeldes a caírem em cascata pelos seus ombros. Tinha colocado óculos escuros e
não podia admirar os seus lindos olhos.
Mais uma vez estava apensar nela de uma forma mais sexual, mas não podia, não com ela. A refeição foi descontraindo
Laura e quando terminaram ela já estava completamente relaxada, era tão
sensual, tão de bem com a vida. Combinaram ir dar um passeio de Gaivota na
Lagoa da Barrinha, a muito custo conseguiram sentar Mila junto deles, mas em vão, estava sempre a saltar para a água o que acabou por
antecipar o fim do passeio pela Lagoa.