quarta-feira, 20 de junho de 2012

O regresso a Lisboa


Rui Pedro sentiu que estava em casa mal o avião aterrou, entrou num táxi e foi rumo ao seu duplex com vista para o Rio Tejo, no Parque das Nações. A sensação de conforto que o invadiu deixou-o emocionado. Tantos momentos bons, solitários, entre amigos, com a família ali foram vividos. O cheiro daquela cidade era único.

Adorava a Baviera e até já fazia parte da sua rotina, ao fim-de-semana ir assistir aos jogos do Bayern Munique. Mas agora em Portugal sentia-se em casa. Este era o seu país. Cada vez mais considerava a possibilidade de regressar a título definitivo, não queria o dinheiro por ganância, mas como porta de acesso para pequenos prazeres, como viajar. À medida que o tempo passava, pensava que o cliché de ser feliz ou não, de uma forma simplista, podia não ser mais do que o balanço entre a quantia de momentos bonitos que guardava na memória face aos menos bons. Uma vez tinha lido num livro que "só começamos a viver, quando encontramos algo pelo qual estamos dispostos a morrer"... Odiava pensar que ainda não tinha começado a viver... não seria certamente a quantidade de matrículas BMW que alimentariam tal.

O Telemóvel deu sinal de uma mensagem nova. Devia ser a sua irmã, tinha combinado ir à sua quinta jantar com toda a família. Tantas saudades, os seus sobrinhos teriam crescido imenso, desde a sua última visita. Mas ainda tinha tempo para tomar um banho para se refrescar da viagem. Tinha deixado a bateria do seu Land Rover desligada, o jipe pegou logo à primeira tentativa, que bom, iria abastecer e seguir viagem até à Cidade Invicta.

Quando passou pela sinalização que indicava a saída para Coimbra, lembrou-se de Laura, o que estaria a fazer. Tentou telefonar-lhe, mas ela não atendeu a chamada. Mais tarde tentaria novamente. Iriam almoçar juntos no Sábado, isto se ela não mudasse de ideias na última hora, era impressionante como aquela mulher se escondia.


Sem comentários:

Enviar um comentário